quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tristeza

Como explicamos que um sentimento bom, possa causar tanto mal?

Quando nos conhecemos, senti que existia uma química, algo diferente, um “quê” bem maior.
Era um misto de curiosidade e querer bem que nos motivava as aventuras cotidianas. Um não sei bem o quê, que fazia de nós um ser único e especial.
Compramos as brigas, corremos os riscos, afugentamos medos. Sofremos, lutamos, vibramos, rimos muito, e muitas também foram nossas lágrimas... Amamos e fomos amados...
...Foi um tempo de luz...de calor....que infelizmente passou....
Ao olhar pra trás e perceber o quanto tudo isso mudou em ti, sinto uma forte tristeza...
Não pelos sentimentos do gênero, da carne...por que esses acaba, passa, e a gente se acostuma a viver de outras maneiras, com outras pessoas...a gente cresce, aprende!
Sinto pela cumplicidade, pela docilidade que existia até na tortura, pelo excesso de zelo, pelo doar-se...
Esse tipo de amor é muito maior... ele transcende, aquece a alma...não é pra qualquer um...
Mas é essa nossa vida...
Um maior de escolhas, de caminhos e de desacordos...
E não será por que não seguimos um mesmo caminho que ficamos perdidos...
Talvez amanhã você perceba o tamanho do tesouro que estamos abandonando pela estrada da vida... Digo você, apesar de ser mais um erro plural, por que estou tomando consciência de minha culpa...
Mas infelizmente não tenho mais forças de lutar... Tentei o quanto forças tive, para impedir que chegasse a esse ponto... Mas... infelizmente... sou humana...
Vou sair pela vida e procurar um canto pra chorar... e quando estiver cansada e as lágrimas cessarem...daí então buscarei no sol a energia viva que me trará o brilho necessário a um novo sorriso...
E quem sabe, um dia, possamos ler esse pranto e juntos sorrir daquilo que sobrou de nós!

domingo, 25 de janeiro de 2009

O Prêmio Mais Esperado Do Ano!...

...Por Adris

Hehe...Hoje é dia de homenagens!... Nesse Memorial particular, sempre faço menções àqueles que de alguma forma deixaram sua marca pessoal em meus dias...
E não seria justo que só considerasse as boas obras, os amores, as alegrias, ou dores de outrora...é preciso lembrar também, os que registram sua mais forte caracteristica...Minha sincera homenagem ao velho amigo : O Chato!

O Chato (Oswaldo Montenegro)

Ah, todo chato é bonzinho
Nunca nos faz nenhum mal
Ah, todo chato é calminho
Como se faltasse sal
Ah, todo chato te conta
Aonde passou o Natal
E sempre te da um dica
De onde ir no carnaval
Ah, todo chato cutuca
Pra você prestar atenção
Chama cabeça de cuca
E arranha um violão
Diz que inventou uma música
E toca as seiscentas que fez
E quando você abre a boca e boceja
Ele toca tudinho outra vez
Ah, todo chato é gosmento
mas não há como evitar
Eu sou um chato e meu Deus não me agüento
Só me tacando no mar

Por favor, não desejo ser incompreendida...não que esse sujeito não mereça minha atenção e cuidado...afinal, quem nunca conheceu ou não teve um amigo chato?...Ah! Todos somos meio chatos às vezes!

Oswaldo Montenegro gosta de brincar com essa canção nos shows e francamente, desconheço melhor definição pra chatice!

Especialmente hoje pela manhã, quando ouvi essa canção lembrei-me de um amigo, ou seria um "camarada", que possui todos os adjetivos utilizados para definir o personagem em questão:é bon"zinho", calm"inho", sem sal, cutuca (literalmente!...pra chamar a atenção quando fala), conta todas as ma-ra-vi-lhas que criou e só pra acabar com a prosa...jura que é perfeito e modesto!...

Senhores! O prêmio vai pro...rsrsrs!!!
Deixa pra lá...vamos tomar um cafézinho antes?...





segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

...Por Adris

" O sonho é precioso a cada suspiro, a cada pulsação, a cada momento"
Walter Paiva

Tenho passado por uma série de decepções nos ultimos tempos.

Me decepcionei com a família...quando percebi que os heróis erram e perdem muitas batalhas...Quando percebi que aquela força que a gente acredita que o irmão mais velho tem , fica pequena perto dos monstros e também dos ratinhos...Quando descobri que os nossos pais nos criam com uma carga muito grande dos sonhos que não realizaram e que infelizmente também não realizaremos por eles...

Me decepcionei com o trabalho...quando descobri que não importa o cargo que você ocupe, sua opinião nunca será a mais importante (ainda que você seja o dono!)...Quando percebi que não interessa o quão dedicado tu sejas, seu valor será sempre muito menor que o $$...E também quando por infecidade conclui que o $$ é capaz de comprar algo que pra mim não tem preço: amizade.

Amizade...palavra bonita, sentimento bonito que também deu conta de uma decepção...Quando olhamos pra frente e sentimos o nó da inveja, o despeito diante das conquistas, a desvalorização do outro como parte de sua felicidade...ou como cumplice dela....a ignorância...a maldade velada...a consciência do bem encolhida...

Também foi assim com sociedade: Tão decepcionante é presenciar os abusos de poder, a violência contra as verdades alheias,a falta de postura e ética, a falta de limites e de respeito à vida!

É..e não parei as decepções por ai...Também me decepcionei com a Religião...quando percebi que falam demais em pecado e salvação...mas que o pecado esta no julgamento e não na ação praticada (Ah, e quão difícil é não julgar!...)... E que a salvação não nos é dada de graça...é uma dádiva que como tantas outras exige a conquista... Também quando percebi o quanto as minhas verdades absolutas passaram a mentiras pelo ápice de uma paixão...

Ah, o amor!...De todas as decepções, foi esta a mais triste...

É decepcionante acordar e descobrir que os sonhos, as buscas, os anseios por fazer feliz foram em vão...Que as promessas, os suspiros e o carinho foram sucumbidos ao pó...Que o calor, a graça a leveza, contrariaram sentimentos menores e foram exterminados das terras do coração...

É meus amigos...Foram muitas as decepções! Tantas que pensei em desistir...da luta, dos sonhos, das ilusões... Caiu por terra a vontade de continuar, de reagir...estava morrendo a ultima gota de esperança...

Contei isso a uma amiga novata...(uma dessas que a vida se incumbiu de pôr em nossos caminhos - A Van)... e percebi que o mesmo acontecia a ela...

Então refletindo um tiquinho, matei a charada - a equação é simples:

A) Seu Miguel, o porteiro, sempre falava que "quando a gente cresce perde a vontade de sorrir...que ser adulto dói"...

B) O mundo, as relações humanas, a necessidade de ser melhor, de ser o único, de ser excepcional, fez do homem algo descartável...segundo a necessidade do momento...Mas ainda assim ...humano e passível de alguma sensibilidade (ainda que com seu próprio umbigo!)

Conclui então que : A grande carga de responsabilidade que nasce do amadurecimento somada a perda de valor a que somos sucumbidos pelo desumanidade nos faz menos aptos à continuar sonhando...menos dispostos a acreditar que é possível...menos ávidos de esperança...É...aquela que é a ultima a morrer fica a beira do penhasco de nossas vidas...e se descuidarmos pode até cair...
Não...não queiramos nós que isso nos ocorra...Levante-se e faça o sonho valer a pena! Corra em busca do que lhe agrada, do que cativa tua alma...Voe nas asas da vida...planeje suas trilhas ...cave teu tesouro!
Por que amigo, te digo com atenção: Não deixe morrer o que nos mantem vivos!... Acredite...nosso combustível é o sonho!!!!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Carta De Indignação A Segurança Pública Da Cidade

...Inicialmente pode parecer exagero, talvez seja mesmo, não me importa a reação que esta surtirá.
A real intensão é incomodar, cutucar a ferida, fazer-me ouvir.
Infelizmente, essa mensagem de desabafo é também um pedido de ajuda - que não é meu, mas de todos em nossa cidade...

Ilmo. Srs. Representantes Legislativos do Município ,

É com muito pesar que escrevo esse requerimento à Câmara Municipal desse tão caro Município do qual faço questão de ser eleitora.
Para que entendam meu pesar vou contar com brevidade às razões que me levaram a tanto:
Resido no Jardim Everest, bairro próximo à Prefeitura, ao Cartório, quase em frente ao Fórum. Como se deve prever, num bairro como este circulam diariamente “homens da lei” - ao menos na teoria – em função das atividades que exercem. Digo isso para que traçar um paralelo aos bairros menos favorecidos da cidade, aqueles em que tive orgulho de trabalhar, mas onde nem ambulância consegue chegar, quem dirá autoridades legais.

Ocorre que desde o primeiro dia de janeiro, percebemos o aumento absurdo de roubos e furtos em nossa cidade. Considerando um perímetro de 300 metros, somente no período citado acima, foram 3 residências.Isso não é dado hipotético, aconteceu em nossa rua.
Com isso, não pretendo que medidas sejam tomadas em detrimento ao meu bairro, nem a minha rua. Não é esse o objetivo!Seria medíocre. A idéia é ilustrar a indignação de uma cidadã que paga seus impostos, que contribui com a cidade, que elege seus governantes e exige respeito.

Essa indignação chegou ao ápice nessa noite!

Acabo de retornar da Delegacia Policial Civil de Hortolândia. Precisei visitá-la para efetuar um Boletim de Ocorrência por tentativa de furto do meu veículo através de invasão de domicilio – ocorrido na ultima madrugada.

Ao chegar, haviam três cidadãos discutindo na recepção, dois Guardas Municipais na porta e um agente policial sentado atrás do balcão. Cumprimentei fazendo menção à pedir informação, mas simplesmente ele se levantou e foi até a saleta, onde estavam um agente feminino e outro masculino.Esperei alguns instantes em pé, até receber um telefonema de minha família, no qual aproveitei pra avisar onde estava e informar que pretendia uma informação. Ao desligar, aumentei o volume vocal a fim de fazer-me ouvir e perguntei se alguém poderia me dar uma informação. Pra minha surpresa, todos saíram da sala e como se eu os estivesse desrespeitando trataram de fazer valer o titulo (se é que podemos chamar assim!) que carregam pela profissão.

Eu não estava ali pra desacatar ninguém, inicialmente por que admiro os profissionais que se dedicam a função de assegurar a integridade alheia. Depois, por que trabalho com prestação de serviços e com educação e não agiria assim com qualquer que fosse o cidadão. O caso é que, após a desagradável cena, fui atendida e durante a conversa e com bastante tato foi possível “desarmá-los” e constatar com tristeza a verdade por detrás de tudo isso.

Num desabafo, o escrivão contou-me que a ausência da polícia se deve ao fato de hoje ser 22 homens atendendo a cidade toda. E que desses, 2 se aposentarão e outros tantos fazem corpo mole (como existe em toda profissão e que comprovamos durante a efetivação do BO em que o agente que deveria lhe render entrou bastante atrasado!), e que no ultimo concurso às vagas não foram preenchidas.

Não me dei ao trabalho de checar tais informações, uma vez que saí de lá e vim escrever o documento e talvez por que ainda me esforce para confiar em pessoas que trabalham em favor da lei.

Finalizando, ele ainda me disse que infelizmente, conforme prevíamos, ninguém faria nada, seria um número em função da situação e me deu o documento, sem assinatura do Delegado, que também não estava, pelos mesmos motivos.

Como resposta, disse-lhe que não esperava realmente que nada pratico fosse feito, uma vez que era uma ocorrência e que o veiculo já estava amassado pelo infrator.
Mas que meu desejo era cumprir meu papel de cidadã informando a ocorrência, criando estatísticas que os permitam cobrar políticas publicas de segurança, resguardar-me legalmente através do documento e mais que tudo isso entender o que estava ocorrendo na cidade.

Senhores, o que solicito, o que requeiro, não é muito, e creio que não seja um desejo egoísta.

Senhores requeiro informações (escritas) sobre o que há com a Segurança Publica em nosso município.

Requeiro informações sobre os treinamentos efetuados nessas equipes.

Requeiro uma ATITUDE dessa casa.

Meus senhores, nossa cidade merece atenção, merece segurança, merece respeito.

Manterei-me à disposição para esclarecimentos e no aguardo das informações solicitadas.

Sem mais,

Adriana Souza

Indignação!!!

Por Adris

De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver prosperar a desonra,
De tanto ver crescer a injustiça,
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
O homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
(Rui Barbosa)

Indignação! Foi exatamente isso que senti nessa manhã!

Inexplicavelmente despertei muito antes do horário pretendido...na verdade não conseguia desligar...era como se algo forte me incomodasse em demasia.

Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa...tinha hora marcada...precisava de novo sair para o trabalho...de novo repito!

Ao tentar entrar em meu carro, percebi que alguém havia tentado isso antes... e sem a minha permissão...

Isso mesmo! Alguém! Um intruso! Um intruso em meu ninho!!! E que, justamente, por ser um intruso... não conhecia o acesso... não o POSSUIA...

Devia ser um desses monstrinhos alucinados que o mundo criou...a procura de algo que lhe permitisse alucinar-se ainda mais...dar mais um teco...

E me diga: O que é que eu tenho a ver com isso?

Causa-me indignação, trabalhar tanto, durante tantas horas (mais de quinze/dia), sem folgas, sem família, sem amigos, sem fim de semana de sol tendo que receber por "bom dia!" cenas desse tipo.

É triste ter medo de voltar pra casa! É revoltante telefonar pra amiga pra ouvir falar de mais um assalto, mais um furto, mais um roubo! É intolerante escutar que você foi mais uma vítima, ou que essas coisas acontecem!...

Não! Essas coisas não acontecem! Elas não são como o sol que precisa nascer de manhã. Nem como a lua possuidora de fases. Não...elas não DEVEM tornar-se comuns...Isso não pode ser rotina! Não quero que seja!Nunca hei de acostumar-me a elas! Chega!

Pedi a meu paizão que com seu esforço tentasse voltar a porta ao lugar. Não tinha tempo. Precisava correr! E correndo deixei os olhos marajados de minha mãe rumo ao trabalho.

Como não podia ser diferente, a raiva fez-me esquecer coisa importante...Faltou-me a coisa primordial ao começo de qualquer trabalho...A mesma coisa que fez com que aquelas criaturas destruisseem a porta de meu carro: faltou-me a chave!

Quisera eu resolver o problema da mesma maneira que aquelas criaturas tentaram resolver o seu! Quisera eu quebrar os vidros, destruir as portas e adentrar-me num espaço que não me pertence! Ainda que por motivo de trabalho!

Se fosse comigo, não seria tão fácil, o alarme dispararia!...Ah, certamente seria assim!
Sou gente de bem!...Só com os maus ele não dispara!... E pra piorar haveriam no meu caso 150 testemunhas...

O que eu fiz? Como resolvi a situação? ... Com a escandalosa atitude que só os bons possuem: Solidariedade... mas isso é asunto pra próxima!4

14 Mandamentos De Um Hoteleiro:

1º - Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º - Não verás teus filhos crescer.

3º - Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º - Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais terás úlcera.

5º - A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China In Box.

6º - Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º - Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho;

8º - Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º - Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º - As pessoas serão divididas em 2 tipos: as que entendem de hotelaria e as que não entendem. E verás graça nisso.

11º - A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te farás mais efeito.

12º - Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.

13º - Exibirás olheiras como troféu de guerra.

14º - E, o pior........ inexplicavelmente gostarás de tudo isso...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Crônica De Amor

Por Arnaldo Jabor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.


O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.


Isso não são referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante.


Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.

Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim, você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. Ela é bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.

Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é.

O Novo Profissional - Generalista? Especialista?

“Somos congruentes apenas quando nossos pensamentos acompanham nossos passos, quando nossa alma coincide com nossos corpos, quando nossas emoções estão de acordo com nossa mente e nossa conduta. E tal congruência é em si transformadora!”

Roberto Crema



Um profissional competente é também congruente. Por isso é tão importante entender o novo significado da palavra competência, já ela permite compreender os novos requisitos que tornam um profissional perfeitamente integrado às atuais exigências da nova era.

O mercado de trabalho busca com enorme interesse profissionais que já despertaram para esse novo contexto e que por isso se destacam dos demais. Eles não são fruto de nenhum milagre! A chave do sucesso está do desempenho integral, que vem de um desenvolvimento global.

O importante é começar a perceber que ao lado de qualidades sempre exigidas está um novo rol de competências. Para você ter novos conhecimentos, a aprendizagem também é nova. Não dá mais para falar de um jeito e agir de outro. Discurso e ação andam juntos e precisam ser congruentes. Essa congruência também é aprendida a partir do desenvolvimento holístico, total.

O novo profissional é uma pessoa responsável pelo próprio desenvolvimento. Não espera que seu coordenador tome decisões por ele, mas propõe soluções e sempre que possível toma a iniciativa. Assim, é também responsável pelo crescimento de seu setor e de si mesmo.

Esse profissional, como estamos vendo, é extremamente ativo, por isso é questionador, isso é, não aceita passivamente nenhuma atitude imposta, mas expressa sua opiniões de formas clara, apresentando novas possibilidades para os negócios.

As decisões tomadas não podem mais levar em conta apenas um aspecto da empresa. Todos os setores estão interligados, e uma ação boa para um pode desencadear grave problema em outro. Por isso as ações devem ser sistêmicas, considerando-se todas as variáveis internas e externas pertinentes ao assunto.

Procure lembrar-se de dar o exemplo ao invés de seguir um. O novo profissional, aquele que quer ter destaque em sua área de atuação, deve ver-se como educador, como uma espécie de conselheiro e espelho no qual outros possam mirar-se. Não espere de outra pessoa aquilo que você próprio não puder fazer por si.

Você também precisa ter em mente que hoje em dia as relações com as equipes são menos duradouras, pois muitas empresas costumam trabalhar por projetos. Por isso é importante saber desenvolver boas relações em curto período de tempo. A palavra-chave aqui é saber comunicar-se e ser uma pessoa sociável. Procure agir como um elemento agregador, como um motivador das pessoas que estão a sua volta. Assim a integração fica mais fácil e o trabalho flui de modo natural e agradável para todos. Esse é o modo de conseguir resultados por intermédio das pessoas.

Tampouco pode haver preconceitos contra o fato de seu coordenador ser homem ou mulher, mais novo do que você e outros. Lembre-se: ele ou ela está aí como profissional, e assim deve ser tratado ou tratada! O respeito recíproco também é um modo de tornar o ambiente agradável e, mais que isso, é um princípio ético de muito valor.

Utilize suas férias para viajar ou fazer cursos proveitosos. Conhecer novas culturas abre novos horizontes e traz percepções até então desconhecidas. Cursos de língua ou informática também são uma boa escolha. Não fique as férias todas passivos! Descansar é bom, mas procure equilibrar o descanso com atividades que lhe dêem prazer.

Não é apenas na área da moda que temos modelos in e out. No mercado de trabalho também existe características que condizem com o momento e outras, ultrapassadas, que você deve guardar naquele velho baú da vovó!

Primeiro vamos ver tudo aquilo que cheira a naftalina, coisas que você deve aposentar se não quiser ser apresentado.

Não trabalhe apenas por obrigação, pois isso se reflete em suas ações, e seus colegas acabarão percebendo sua má vontade. Isso não quer dizer vestir a camisa da empresa, algo que também saiu de moda. Seja independente, tenha respeito pela empresa, mas não deixe de cultivar uma nova postura crítica.


Outra característica que está ficando no passado é esperar uma atitude paternalista da empresa, achar que ela estabelecerá seu plano de carreira, o promoverá na hora certa e que depois de conseguir o emprego você pode “fazer corpo mole” e esperar pela aposentadoria.

Esse tipo de profissional costuma cair no esquecimento, não ser lembrado na hora das grandes decisões e, o que é pior, fica defasado, core o risco de perder o emprego e não encontrar outro. Sacuda a poeira e comece a perceber que o mercado de trabalho está sempre mudando. Mantenha-se em dia comprando revista especializada, fazendo cursos de atualização e interessando-se por tudo o que diz respeito à empresa, tanto nos fatores internos quanto na conjuntura externa.
O profissional out também era aquele que só se preocupava em realizar o que outros mandavam, que tinha conhecimento apenas do que fazia. Aquele que era obediente, um simples técnico que executava idéias alheias. Não tenha essa atitude de “avestruz”, que fica de cabeça enterrada no chão! Criatividade e iniciativa são palavras de ordem atualmente.

Para que tipo de profissional os holofotes se voltarão? Quem é o grande modelo que vem sendo procurado e que com certeza fará sucesso?

Primeiro é aquele que aceita desafios e é empreendedor. Nada de ter medo de propor inovações na hora de resolver problemas da empresa. Essa é, na verdade, a real participação nos negócios, a interação que gera o prazer de trabalhar.

O novo profissional preocupa-se com seu marketing pessoal e o constante acompanhamento do mercado de trabalho. É a questão de fazer o próprio cartaz, planejando a carreira passo a passo, atualizando-se sempre e buscando qualidade de vida. Esta última é imprescindível e consiste em uma vida saudável, com relativo espaço para lazer e a cultura geral, além do equilíbrio entre mente e corpo. Tudo isso contribui para que o profissional tenha uma imagem positiva de si mesmo, passando a vivenciar esse conceito dentro da empresa em benefício próprio.
Outra questão que está na ordem do dia é se o profissional deve ser um especialista ou alguém mais generalista. Não podemos, em uma época de globalização, querer explicar um debate tão complexo de forma dicotômica. Na verdade o profissional de hoje deve possuir as características positivas de ambas as posições. Analisando a resposta de quatro importantes consultores no assunto, podemos chegar a algumas conclusões significativas.

É claro que o profissional deve ter uma área específica de atuação e conhecê-la em detalhes. Ser um especialista hoje é ter domínio de uma ou mais áreas de conhecimento, com a compreensão de leis gerais que fundamentam uma visão sistêmica. É essa visão polivalente que nos leva a interações com outros campos de conhecimento e nos mostra que áreas não são estanques, mas possuem inúmeras conexões, o que evita a perspectiva estreita e fragmentada da realidade.

O sucesso está em captar as relações entre diversos sistemas de conhecimento. Assim, o novo especialista é, de certo modo, também um generalista, já que entendendo as conexões entre as áreas pode usar todo esse conhecimento para decidir com eficiência entre soluções de problemas de mais de um campo.

O novo profissional é flexível e tem alto poder de abstração, ou seja, não fica preso apenas a detalhes técnicas de um problema, mas consegue entende-lo dentro de uma totalidade, de um sistema em que várias forças interagem ao mesmo tempo. Por exemplo, o advogado não pode ser um simples aplicador de leis, mas tem que conhecer o lado financeiro da empresa, os concorrentes que ela tem, como se relaciona com seus parceiros e clientes para apresentar a melhor solução de uma questão jurídica específica, munindo-se de argumentos mais completos porque tirados de uma visão globalizante.

Hoje o que define um vínculo empregatício não é mais um cargo, entendido como um conjunto de funções específicas. Quando você entra e uma empresa está estabelecendo uma ligação com todo o processo. Não é apenas uma que lhe dão, mas um espaço complexo, uma teia de relações que, por sua natureza, exige que você seja tanto um especialista quanto um generalista. É isso aí, nada de compartimentos separados, mas sim espaços em constante troca de informações! Por isso fique menos preocupado em manter o seu emprego e mais a sua empregabilidade.

A criatividade é outro fator de grande importância para o profissional moderno. Ela pode ser um ótimo cartão de visita e mostrar a que você veio. A criatividade é um fator diversificador que possibilita expor a sua individualidade, aquilo que o torna diferente dos outros. É o algo mais que causa impressão pela novidade, pela proposta inusitada, na qual ninguém havia pensado. Não é preciso ser um gênio para isso! Às vezes uma idéia simples pode ajudar a resolver um grande problema.

Para tanto, dê vazão a si mesmo, não se censure, deixe suas idéias virem a tona. Isso não quer dizer que precise dar crédito a tudo aquilo que vem a sua mente. Ë claro que só deve ser selecionado o que serve aos propósitos da empresa. Mas o fato de deixar sua mente livre para pensar é o que vai permitir que sua criatividade aflore. Depois, basta você saber usa-la com critério e bom senso. Esse algo mais fará com certeza muita diferença!

Outra questão com a qual o novo profissional deverá saber lidar é a administração de seu próprio tempo. Por que será que muitas pessoas vivem reclamando de que não têm tempo para nada? Por um lado, é claro que o ritmo da vida moderna é muito agitado e realmente todos desenvolvem inúmeras atividades ao mesmo tempo. Mas por outro lado, muita gente simplesmente não sabe organizar esse tempo.

Não existe receita pronta, pois cada um tem um ritmo biológico diferente e um modo distinto de se organizar. Mas há uma dica que creio ser de muita utilidade: todos devemos desenvolver a autodisciplina. Ou seja, de que adianta ter uma bela agenda eletrônica, um maravilhoso bloco de recados, um bip sempre pronto a lembrá-lo de seus compromissos se você simplesmente não obedece a horários nem a sua própria programação? Há um ditado popular que cabe bem nessa situação: “Não deixe para amanhã aquilo que pode fazer hoje”. É verdade, procure cumprir suas atividades nos horários estipulados. Isso não quer dizer para você não ser flexível, apenas procure ser exigente consigo mesmo evitando certo comodismo prejudicial tanto a sua saúde quanto a sua carreira.

Procure também perceber o que determina suas decisões, se um pensamento racional ou um sentimento. Aprenda a compreender o que está por trás de seus sentimentos para lidar melhor com as ansiedades e os medos. Aceitando seus estados de espírito e controlando-os você conseguirá levar seus compromissos até o final, evitando desgastes desnecessários.

Agora, de nada adianta compreender suas próprias emoções sem entender os sentimentos e as preocupações dos outros. Ponha-se no lugar de seu colega de trabalho, perceba como ele se sente e reage a fatos e comportamentos alheios. Além de ser uma grande escola, isso ajuda você a entrar em sintonia com os sinais daquilo que os outros precisam e querem. Aprendendo a se relacionar com as outras pessoas você reforça sua popularidade, liderança e eficiência, destacando-se e conquistando a simpatia de todos!

Esses são alguns componentes básicos que ajudam, segundo Goleman, a percepção e a melhoria da inteligência emocional. Qualquer pessoa que busque sucesso profissional, de hoje em diante deve ficar em sintonia com essa grande mudança comportamental que caracteriza a nova era da informação.

O que procurei mostrar até aqui é que o novo profissional precisa integrar tudo o que está a sua volta e em si mesmo para ser coerente e ter sucesso. Para ser coerente é preciso ter congruência. Segundo Johan Kluczny, uma pessoa se encontra em estado de congruência quando sua expressão comunicativa coincide com sua vivência e seu modo de pensar. A expressão corporal deve estar de acordo com o sentimento e o pensamento a ser transmitidos. Assim como a ação deve ser congruente com a expressão verbal (com o que foi dito). Desse modo, o comportamento congruente convence as pessoas, gerando a confiança mútua.

Vamos dar um exemplo prático de congruência. Eu digo: “Estou gostando muito do meu trabalho!” Falo com voz firme, com entonação correta e com o semblante cheio de satisfação (sorriso, olhar vivo). Agora o mesmo exemplo, só que revelando incongruência: digo a mesma frase em voz baixa, sem entonação convincente (monótona) e sem nenhum sinal de satisfação no semblante. A congruência revela que não há contradição, que a pessoa é clara, precisa e objetiva. Enfim, é uma atitude positiva e altamente profissional.

Será que aquele seu velho manual de conselhos práticos já não está ajudando muito? Você está se sentido meio fora de compasso? Então vamos lá acertar o foco e passar a ver esse novo profissional com as lentes perfeitamente ajustadas!

REFERÊNCIA:
D’ELIA, Maria Elizabete. Profissionalismo: não dá para não ter. Cap.2. São Paulo: Editora Gente.1997.
1 Robert Shinyashiki, Renato Berhoeft, Vicky Block, Marcos Bruno. “Generalistas x especialistas”, revista Instituto Pieron.
2 Inteligência Emocional.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A Procura Da Alma Gêmea

por Maria Aparecida Diniz Bressani

Vou contar, resumidamente, um Mito de Platão: “O ANDRÓGINO”.

Num tempo longínquo, havia três gêneros: o homem, a mulher e o andrógino.O andrógino era um ser esférico, composto de um só tronco, com todos os órgãos em duplicata, quatro braços, quatro pernas e uma cabeça com duas faces situadas em lados opostos e quatro orelhas, como dois seres humanos colados; que poderiam ser do mesmo sexo – dois homens ou duas mulheres – ou um homem e uma mulher fundidos.

Eram ágeis, fortes e extremamente orgulhosos.Por saberem de sua força começaram a opor-se aos deuses, rivalizando com força e poder. Júpiter, deus dos deuses, ao constatar a força desses seres e por temer o confronto, mas não querendo perder as honras e oferendas, resolveu separá-los para enfraquece-los – o que realmente aconteceu – condenando-os à separação.

Desde então, tornamo-nos partes e fragilizados na carência. Quando Júpiter assim o fez, os seres separados se espalharam pelo mundo, desorientados, procurando a parte que lhes faltava.

Com esta pequena história, Platão pretende nos explicar a sensação que nós, seres humanos, temos da carência do outro em sua vida.Este mito não busca entender a polaridade – masculino e feminino – mas, sim, a necessidade que temos em sempre buscar o outro e tê-lo em nossa vida. Tanto que o andrógino poderia ser dois homens, duas mulheres ou um homem e uma mulher, fundidos.



Desta forma ele nos explica o hetero e homossexualismo, como o encontro da alma gêmea, que seriam seres com absoluta afinidade, independentemente da opção sexual.Por isso, o ser humano vive, hoje e sempre, sentindo-se apenas fração do ser humano que é; estando, perpetuamente, buscando sua alma gêmea, aquele que lhe foi separado pelo temor dos deuses.

Buscamos o parceiro – ou parceira – que nos complemente, pois segundo o filósofo, temos o objetivo de ter o que ainda não temos ou o que já perdemos, estando sempre latente a consciência da carência.

Mas, a grande confusão que as pessoas fazem sobre a própria carência é entenderem ter carência do amor na própria vida, enquanto que, como o próprio Platão demonstra neste mito, a verdadeira carência está no outro em nossa vida; pois o amor está dentro de nós, e para tê-lo em nossa vida basta saber acessá-lo (autoconhecimento); mas, o outro, tê-lo em nossa vida é uma arte de concessão e doação deste amor que está dentro de nós.

Portanto, o que nos move em direção ao outro é a carência do outro em nossa vida. Por isso, o outro é um ser tão especial em nossa vida, pois, segundo este Mito, a separação deixou-nos – seres humanos – com a sensação de que o nosso parceiro complementar (nossa outra metade) está por ai, pelo mundo, perambulando à nossa procura, como nós estamos à sua procura.Sonhamos, nostalgicamente, com esse reencontro, onde aspiramos encontrar a unidade original, através do amor, na ilusão de uma fusão.

Para Platão, existiria Alma Gêmea.Mas, enfim, deixo uma pergunta no ar:Existe a Alma Gêmea que tanto procuramos?

Este texto faz parte do curso: "Amor e a busca da Alma Gêmea"

Andrógino Divino - O Ser Perfeito

Fonte: Revista Isis

A figura do andrógino, metade homem, metade mulher, é hoje uma aberração. Assim como para muitos o é o nascimento de siameses, hermafroditas ou até mesmo a opção homo ou bissexual de alguém.

Na Antiguidade, porém, o andrógino sempre significou a fusão de opostos e, em um caráter mais físico, a conjunção dos sexos.
Portanto, estudar sobre o andrógino primitivo é percorrer caminhos os mais variados. Ora estamos no terreno mitológico, ora em busca de explicações científicas. Independente de qualquer caminho tomado, a figura do andrógino quer, todo o tempo, nos falar de Amor.

"Parece-me que os homens absolutamente não se dão conta do poder do amor", diz Aristófanes no Banquete, de Platão. Este, diz que Eros, o primeiro dos deuses, tinha ambos os sexos e deixa que o tema seja exposto por Aristófanes. Diferente de hoje, havia três gêneros: o macho, a fêmea e o andrógino. Sua rebeldia contra o Olimpo gera a história da separação.

"Ameaçaram os imortais de levar ao Olimpo o tumulto da guerra impetuosa (...)", vê-se na Odisséia, de Homero. Zeus se pergunta se será preciso tolerar sua insolência ou fulminá-los e perder assim as honras e oferendas que vêm deles? Após longa reflexão, decide torná-los mais fracos. "Vou cortar cada um deles pela metade. Assim ficarão mais fracos, e ao mesmo tempo terão mais para nos oferecer, já que seu número terá aumentado. Andarão eretos sobre suas duas pernas".

Zeus torna a ameaça-los com um novo corte que os fariam andar em um pé só, se não se mantivessem tranquilos. Cortados ao meio, os homens têm ajuda de Apolo que fica encarregado de virar seus rostos e esticar sua pele sobre o ventre deixando só uma abertura - o umbigo - para que se lembrem do ocorrido.

O homem, então, saudoso de sua metade, empreende uma busca por ela, desejando tornar-se novamente um único ser. Assim, os que eram homens buscam uma metade de homem, os que eram mulheres buscam uma metade mulher (e, usando o mito, são para os psicólogos e sexólogos, estes dois primeiros, os homossexuais) e, os que eram andróginos, se são agora a metade mulher, procuram sua metade homem e se são a metade homem, procuram a metade mulher. Cada um procurando unir-se à sua metade original e voltar a ser o que era.

"Aqueles seres, que passam toda sua vida um com o outro, são pessoas que não poderiam sequer dizer o que esperam um do outro; ninguém pode crer, de fato, que seja o gozo amoroso, e imaginar que tal é a razão de sua alegria e de seu grande empenho em viver lado a lado. É outra coisa evidentemente, que quer a alma de cada um, uma coisa que ela não pode exprimir, mas torna-se o que quer e o deixa obscuramente entender".

A partir da história contada por Aristófanes onde se explica a atração particularmente forte do homem pela mulher, da mulher pelo homem e até das mulheres e dos homens entre si, Fernand Comte, autor de Os heróis míticos e o homem de hoje, conclui que "o amor não seria um fenômeno psicológico nem um fenômeno físico ou espiritual, mas um elo bem mais forte, inscrito no ser mais profundo do homem, uma vez que o constitui como homem. Poderíamos dizer que o amor é ontológico".

Mas não param em Aristófanes as referências aos andróginos. Na Babilônia, o deus Lua Sinn era invocado como "Ó, Mãe-Útero, geradora de todas as coisas, Ó, Piedoso Pai que tomou sob seus cuidados o mundo todo".

Assim como T'ai Yuan, mulher sagrada de antigos mitos chineses, conjugava Yang (o princípio masculino) e Yin (o princípio feminino). No taoísmo, os princípios se unem para formar o Tao manifesto.

No budismo há representações andróginas de Bodhisattva no Tibet e na Índia. No hinduísmo, Shiva e Shakti, os primeiros deuses de certas versões da cosmogênese hindu, formavam, no início, um só corpo, na manifestação chamada Ardhanarisha, o "Senhor Meio Mulher".

Entre os antigos persas, Meshia e Neshiane formavam um só indivíduo. "Ensinavam também que o homem era produto da Árvore da Vida e crescia em pares andróginos, até que estes pares foram separados devido a uma subsequente modificação da forma humana".

No Talmud e no Zohar a androginia também está explícita: O nome Adão foi compreendido como englobando macho e fêmea. "A fêmea estava atada ao lado do macho e Deus mergulhou o macho em um profundo torpor e ele ficou estendido sobre o terreno do Templo. Então Deus separou-a dele e paramentou-a como uma noiva".

No Gênesis, aparece de forma mais implícita: "E Deus criou o homem à sua imagem, na Divina imagem Ele os criou; macho e fêmea os criou". A mais respeitável obra judaica sobre a interpretação do Gênesis, o Midrasb Rabbah, diz textualmente: "Quando o Sagrado, Abençoado seja Ele, criou o primeiro homem, Ele o criou andrógino".

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Invisibilidade Pública - Tese De Mestrado Na USP

por Plínio Delphino;

"O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE''

Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são'seres invisíveis, sem nome'.

Em sua tese de mestrado, pela USP,conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja,uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisãosocial do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores daUSP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas,seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz. Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quemos enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.

Diário - Como é que você teve essa idéia?

Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária.Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificaçãotécnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classespobres.

Com que objetivo?

A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição detrabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação,que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar asbarreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis.

Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação?
Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?

Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa etal.Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial,porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos,o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Dê um exemplo.

Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear comum dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos deidade, subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha decouro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: 'É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão'.

Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente?

Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari. Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também.

Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito parapoder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho,continuaram me tratando diferente. As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?

Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger.

Eles testaram você?

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo,alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latã de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pelametade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira,tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena,como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou.Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico,passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensaçãomuito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?

Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também asituações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como setivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que vocêestá inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles,freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.

*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!

Respeito: passe adiante!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Reis Magos...Anjos Esquecidos...

Por Armando Gimenez

Das figuras bíblicas mais intimamente ligadas à tradição religiosa do povo destacam-se os Reis Magos, ou melhor, os Santos Reis uma vez que a hagiologia romana considera-os bem aventurados.

Estão ligados intimamente às festas do Natal e deles nasceu, praticamente, a tradição do Papai Noel, pois os presentes dados nessa ocasião reproduzem que os magos do Oriente, depois de cumprida a rota que lhes indicava a estrela de Belém, prestaram a Jesus na gruta onde ele nascera.

De onde vieram e o que buscavam, pouca gente sabe. Vinham do Oriente e Baltazar, o mago negro talvez viesse de Sabá (terra misteriosa que seria o sul da Península Arábica ou, como querem os etíopes, a Abissínia). Simbolizam também as três unicas raças bíblicas, isso é, os semitas, jafetitas e camitas.

Uma homenagem, pois, de todos os homens da Terra ao Rei dos Reis.

Eram magos, isto é, astrólogos e não feiticeiros. Naquele tempo a palavra mago tinha esse sentido, confundindo-se também com os termos sábio e filósofo. Eles prescrutavam o firmamento e sentiram-se chocados com a presença de um novo astro e, cada um deles, deixando suas terras depois de consultar seus pergaminhos e papiros cheios de palavras mágicas e fórmulas secretas, teve a revelação de que havia nascido o novo Rei de Judá e, que ele, como soberano, deveria, também, prestar seu preito ao menino que seria o monarca de todos os povos, embora o seu Reino não fosse deste mundo.

Conta ainda a tradição que, ao chegar a Canaã, indagaram os Magos onde havia nascido o novo Rei de Judá. Essa pergunta preocupou Herodes, que hoje seria considerado um quisting a serviço dos romanos, e que reinava na Judéia.
Os representantes do Império preocupavam-se com o aparecimento de um novo lider do povo de Israel. A revolta dos macabeus ainda não fora esquecida e o povo oprimido esperava, ansioso, pela vinda do Messias que iria libertar o Povo de Deus e cumprir a palavra do salmista: "Disse o Senhor ao meu Senhor — senta-te à minha direita até que ponho os teus amigos como escarbelo aos teus pés".

Os magos procuram — conforme conselho de Herodes — o novo Rei para render-lhe homenagem e para informar o representante romano do lugar onde nascera o Messias a fim de, com falso preito, sequestrá-lo.

No presépio encontramos apenas os animais e os pastores e, inspirados pelo Espírito Santo, curvaram-se diante do filho do carpinteiro de Nazaré e depositaram, ao pé da mangedoura que lhe servia de berço, os presentes: ouro, incenso e mirra, isto é prendas que simbolizavam a realeza, a divindade e a imortalidade do novo Rei, e grão de areia que cresceria e derrubaria o ídolo de pés de barro (simbolo das grandes potências que se sucederam no domínio do mundo), do sonho de Nabucodonosor decifrado pelo profeta Daniel.
Símbolos da humildade

Na tradição cristã os três Reis Magos simbolizavam os poderosos que deveriam curvar-se diante dos humildes na repetição real do canto da Virgem Maria à sua prima Isabel, e "Magnificat", pois sua alma rejubilava-se no Senhor, que exaltaria os pequenos de Israel e humilharia os poderosos.

Os presentes de Natal também têm esse sentido. São as ofertas dos adultos à criança que com a sua pureza representa Jesus. Alguns, dão a essas festas um sentido mitológico pagão, buscando nas cerimônias dos druidas, dos germânicos ou saturnais romanas a pompa das festas natalinas que culminam com a Epifania.

A palavra epifania, usada também como nome de mulher, deu origem a uma corruptela dialetal do sul da Itália, levada depois a Portugal e Espanha, a Bifana. A Bifana, segundo a lenda, era uma velha que, no dia de Reis, saía pelas ruas da cidades a entregar presentes aos meninos que tivessem sido bons durante o ano que findara. Estava intimamente ligada às tradições dos povos mediterrâneos e mais próxima do significado litúrgico das festas natalícias. Os presentes eram somente dados no dia 6 de janeiro e nunca antes. Tanto assim é, que nós mesmos, no Brasil, na nossa infância, recebíamos os presentes nesse dia. Depois, com a influência francesa e inglesa em nossas tradições a Epifania ou Bifana foi substituída pelo Papai Noel, a quem muitos estudiosos atribuem uma origem pagã e outros, para disfarçar o sentido comercial da sua presença no dia de Natal, confundem com São Nicolau.

Hoje, o Santos Reis já não são lembrados. O presépio praticamente não existe e só neles é que podemos ver os Magos de Oriente apresentados. A árvore de Natal, pinheiro que os druidas e os feutos enfeitavam para agradar o terrível deus do inverno Hell, substituíria a representação do nascimento de Jesus, introduzida no costume dos povos por São Francisco de Assis.

A festa da Epifania, dia de guarda no calendário litúrgico, já não mais é respeitada e com ela desaparecerem outras tradições da nossa gente, trazidas da Peninsula Ibérica pelos nossos antepassados, como a folia de Reis, Reizados e tantos outros autos folclóricos, cultuados em poucas regiões do país.

Gimenez, Armando. "Reis Magos, santos esquecidos dentro das tradições do Natal". Diário de São Paulo, São Paulo, 5 de janeiro 1958

O Nó Do Afeto

Por Algum Desconhecido

Em uma reunião de Pais, numa Escola da Periferia, a Diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-Ihes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou a explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana.

Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho a que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, de se comunicarem com o filho.

Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente. E o mais Importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento.

Simples gestos como um beijo a um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso. Para que haja a comunicação, é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro. A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.