segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

23/12- 25/12/2010 ... Punta Del Este...Um pedaço do céu...

...por Adris



Imagem captada na net

A cidade de Punta del Este é uma península projetada sobre o Atlantico reconhecida como um dos mais importantes balneários da América do Sul. Essa foi a nossa primeira parada...

Punta é naturalmente sofisticada e encantadora...Ao lado das Playas Bravas ficam os condomínios e casas mais modernas e luxuosas, no lado das Mansas ficam os edifícios de apartamentos, o velho e charmoso porto, os hotéis (entre eles o famoso hotel-cassino Conrad) e o Hotel Bonne Etoile onde nos hospedamos, tão perto da praia quanto do Rio.


Imagem dos Dedos de Deus em Punta

O ar é fresco e perfumado por flores (Nas casas, há muitos jardins de Hortencias...muitos mesmo)... O sol é quente e como o vento sopra!!!... a gente quase não percebe que esta sendo bronzeado...E as águas?...Tão cristalinas quanto frias...uma delícia!

O povo é simpático e educadíssimo (E meninas...quantos homens lindos por metro quadrado!...rs).

Os restaurantes , bares, lancherias - digo, chiviterias - são quase tantos quanto as praias. De maneira geral, os pratos são muito fartos e diversificados. Já no que se refere as bebidas...não é possível ir a Punta e não se embreagar com Pisco Sur, Sangrias e Clericót (essas bebidas combianam em beleza e sabor com a paisagem). Recomendo uma passadinha no Guappa...


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

23/12/2010...Malas prontas...

...por Adris

Assim a coragem deu lugar ao medo...e a insegurança sucumbiu o enfrentamento...Malas prontas, orações aos céus e uma unica vontade no coração: Destruir os próprios fantasmas e começar outra vez...de uma maneira mais doce...mais bonita.

Nada melhor que continuar contando com a arte de Neruda pra traduzir a esperança ...de voltar a sorrir...



"Vista da Av Nove de Julio em Montevideo à partir da Plaza da Independencia"

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

...Finalizando 2010...Iniciando 2011...

... por Adris

" Dedicar-me-ei por hora, a finalizar o ano de 2010 e saldar o 2011 dividindo experiências das férias que tirei de mim mesma...rs...

Assim começamos a viagem...Insegurança, incerteza, infelicidade...um poço de tristezas...e um pouco de coragem...


Imagem: Caminhando pelas Playas de Punta...


Pra marcar o início disso...segue um lindo poema de Pablo Neruda

O Poço

Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Pablo Neruda